sábado, 2 de março de 2019

GET OUT OF THE CLOSET! - Mostra de Jovens Criadores 2018

Foi com muita alegria que soube que a minha criação GET OUT OF THE CLOSET!, que comecei na Escola Superior de Teatro e Cinema numa cadeira denominada Criação, direccionada pela escritora e performer Patrícia Portela, foi escolhida na catergoria de Teatro para a Mostra de Jovens Criadores 2018. 
Quero muito ser actriz, mas cada vez mais sinto necessidade de ser encenadora, pois sinto que só assim é que poderei encontrar e ter uma voz, de uma maneira autêntica e profunda.
Foi uma experiência incrível, os performers tiveram uma entrega lindíssima, e sinto que este projecto realmente os marcou, mudou a sua maneira de estar na vida e de encarar o Mundo e a sociedade, assim como a do público que a viu. 


Ficha Artística e Técnica


Direcção Artística e Concepção: Adriana Melo
Intérpretes: Adriana Melo, Beatriz Brito, Magnum Soares, Mia Meneses e Rita Bettencourt Paixão
Cenografia: Rita Capelo
Fotografia e Vídeo: Helena Gonçalves
Desenho de Luz: Magnum Soares
Produção Executiva: Adriana Melo


                                                 Sinopse

Um corpo não reflecte a pessoa que o habita. Por alguma razão Descartes separou a Alma do corpo. Penso que todos nós já sentimos que a nossa fisionomia, nalgum momento das nossas vidas, atraiçoou o nosso ‘eu’. Precisamos de encontrar um corpo visível, uma imagem, uma forma que consiga transparecer o nosso real pensamento, o nosso conteúdo, aquilo que sabemos ser. Em O Belo e a Consolação, Steiner diz-nos que «Somos aquilo que são as nossas memórias. Não nos podem tirar aquilo que temos dentro de nós». Mas como é que algo que é do foro abstracto consegue sobrepor-se a uma dimensão corpórea? É necessário sermos “apenas” o que somos, sem a preocupação de nos inserirmos num Mundo edificado pelo preconceito, por normas e elites. Não cedamos aos dogmas impostos por uma sociedade que tem um fascínio pelo belo. Tenhamos a coragem de viver num lugar às escuras, onde as pessoas se atraiam platonicamente. «Os olhos são o espelho da Alma», como Fernando Pessoa nos relembra. Encontramo-nos presos ao nosso corpo, à nossa pele, mas não temos culpa dos nossos genes. Acredito que somos mais do que matéria, tal como Artaud. É urgente descobrirmos o verdadeiro ser que nos habita. Quem sou eu? Quem és tu?














sábado, 19 de janeiro de 2019

Peça "Às Crianças"

Depois de acabar o Conservatório, entrei na companhia de Teatro ABC.PI, sediada em Almada e dirigida pela actriz Laurinda Chiungue.
No âmbito da 22.ª Mostra de Teatro de Almada, um festival de teatro no qual são apresentados peças de companhias profissionais e amadoras de Almada em diferentes equipamentos culturais, apresentámos a peça Às Crianças, baseada no livro Contos Negros para Filhos de Brancos,de Blaise Cendrars, no Fórum Municipal Romeu Correia. Partilhei o palco com um bailarino-actor, e a peça foi encenada pela própria Laurinda Chiungue.
Nunca tinha feito Teatro Infantil, e foi uma experiência muito gratificante. As crianças são um público muitíssimo exigente, são muito verdadeiras nas suas reacções, e quando estão realmente contigo, quando os actores as conseguem agarrar, elas vibram e manifestam o seu entusiasmo de uma maneira pura, autêntica.. Nos momentos mais agitados e divertidos, parecia que as crianças estavam numa montanha-russa, de tão felizes que estavam, e nós sentia-mos como que num Musical da Broadway, pois elas aplaudiam-nos e mostravam o seu entusiasmo através de risos estridentes e gritinhos de excitação.
No âmbito deste espectáculo, tivémos oportunidade de ir ao programa Bem-Vindos da RTP África, apresentado por Sílvio Nascimento, no qual demos uma entrevista sobre a nossa participação na 22.ª Mostra de Teatro de Almada, e fizemos um excerto da peça, que podem visualizar através deste link - https://www.youtube.com/watch?v=WdY9kmX_8fc.
A meu ver, o espectáculo ficou lindíssimo, e é muito pertinente, pois aborda temáticas importantíssimas, como a inclusão social e a aceitação da diferença, pela sua sensibilidade artística e pela humanidade que o envolvem.















Projecto final de Curso: Opus, de Jean Paul Bucchieri

Como Projecto Final do Curso de Teatro - Ramo Actores, da Escola Superior de Teatro e Cinema, fiz parte do espectáculo Opus, direccionado por Jean Paul Bucchieri. 
Não me identifiquei com a linguagem artística trabalhada neste processo. Penso que cometi um erro, porque os alunos é que escolhem o Projecto Final do qual querem fazer parte. Deveria ter escolhido o Projecto Final liderado pelo encenador Ricardo Neves-Neves, pois aprecio muito o seu trabalho. 
Acima de tudo, neste processo e trabalho, aprendi que quando uma pessoa realmente não se sente confortável no sítio onde está, não deve ter medo de mudar.
















quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Atlas, de Ana Borralho e João Galante


Em Junho de 2018, tive oportunidade de fazer parte do espectáculo Atlas, de Ana Borralho e de João Galante, no qual participaram cem pessoas. Foi uma experiência muito boa. Pessoas completamente diferentes entre si, em termos de profissão, maneira de estar na vida, gostos e interesses, compunham o elenco. O espectáculo foi apresentado no São Luiz - Teatro Municipal. 



terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Festival F.I.N.D. (Festival International for New Drama) no Teatro Schaübuhne, em Berlim

Em Abril de 2018 tive a oportunidade de fazer parte de um programa pedagógico intitulado F.I.N.D. +, inserido no festival F.I.N.D. (Festival International for New Drama) no Teatro Schaübuhne, em Berlim, dirigido por Thomas Ostermeier.
Foi uma experiência inigualável. Durante 10 dias (de 6 a 15 de Abril) 16 alunos finalistas escolhidos da ESTC (Escola Superior de Teatro e Cinema) tiveram contacto com 59 estudantes de Teatro - Interpretação, e de Encenação, de diferentes escolas de teatro do Mundo: do Consérvatoire National Superieur d'Art Dramatique, em França, da Ernst Busch School, em Berlim, da University of Fine Arts, em Berlim, e da Tisch School, em Nova Iorque. Através de um sistema de rotatividade, aprendemos juntos em diversos workshops de teatro e movimento. Trabalhámos com Wiebke Nonne e Philip Rost, pedagogos da Schaübuhne que nos deram o primeiro workshop intitulado Get to Know to Each Other; com Mike Bernardin, um actor e encenador britânico, que nos ensinou Técnica de Meisner; com Monika Gossmann, que nos ensinou uma técnica chamada Lucid Body, e com Jan Pappelbaum, o cenógrafo da Schaübuhne.
Vimos vários espectáculos inseridos no Festival, algo que foi incrível, pois tive acesso a criações de encenadores que sempre sonhei ver as suas peças ao vivo. Experienciámos os espectáculos Que haré yo con esta espada?, de Angélica Liddell; Returning to Reims, de Thomas Ostermeier; Evel Knievel contra Macbeth na terra do finado Humberto, de Rodrigo García; Kind Of, de Ofira Henig; Inflammation du verbe vivre, de Wajdi Mouawad; El Hotel, pelo Teatro la María e com encenação de Alexis Moreno e de Alexandra von Hummel; Saigon, de Caroline Guiela Nguyen (a minha peça preferida de todo o festival: IN-CRÍ-VEL!); BLACK OFF, de Ntando Celle, e LENIN, de Milo Rau.
Ainda tivémos oportunidade de conhecer a fantástica cidade que é Berlim.
Foi uma experiência maravilhosa, que irei recordar para sempre.